terça-feira, 7 de julho de 2009

A VELHA
Hoje voltei a ser voluntária no Médicos sem Fronteiras. Saí de casa com um pequeno desânimo. Talvez porque só hoje consegui acordar sem sentir "muito" as dores do meu corpo devido ao evento da revista que trabalhei por três dias, o dia todo e varando madrugada... Por tanto acordei disposta e me arrumei com vaidade. Uma roupa bacana, e minha mais nova bolsa, verde, de couro, pequena, simples e elegante. Peça chave. Ainda, levei o livro que estou lendo, digo, devorando. Eclipse de Stephanie Meyer.
Sempre me divirto muito na exposição, sempre conheço pessoas interessantes, curiosas, cultas ou simplesmente caricaturas andantes. Hoje não foi diferente. Estavam eu e mais dois colegas conversando, quando uma senhora veio falar conosco. Era, de fato, uma caricatura que havia saido de uma charge. Imagine: uma senhora, lá pelos seus 70, 80 anos...seu rosto parecia macio, mas sua pele era como parafina derretendo, enrrugado. Me chamou a atenção o quanto era comprido também. Era vaidosa, não havia como negar, suas unhas eram impecáveis, vermelhas, bem arrumadas e compridas. Seus olhos eram marcados por um lápis preto, mas dava pra notar o traço tremido, muito provavelmente feito por ela própia. Cabelo preto e comprido. Tudo, exceto a altura era comprido. Imagem imaginada? Pois bem. Continuemos...
Ela falava, e falava e falava. Me pegou desprevinida, e a julgar pelo rosto dos meus colegas também a eles. Ela dizia que a exposição era maravilhosa, elogiava nosso voluntariado, perguntava sobre nossa vida, faculdade...eu no fundo dei muita risada por dentro. Não dela exatamente, mas da situação que nos encontravamos. Ela realmente viveu muito...nos contou de suas viagens, falou sobre o "Micha Jeckson", Clodovil, que segundo ela era uma ótima pessoa, só era muito caloteiro sabe...ri muito dessa parte. Logo pensei que a vida dela certamente daria um ótimo filme. Tive paciência, muita. Depois que o susto passou a conversa dela me interessava.
A festa infelizmente acabou quando a cordenadora chegou. A Senhora, ainda fez questão de pegar nossos números de telefone para manter contato com os novos amigos. Rá. Imagine.
Assim, ela foi comer. Em alguns minutos, voltou para nos dar tchau. Depois à vi perdida para encontrar a saída. Figuríssima.
Ela me divertiu muito.
Um detalhe curioso foi o conselho que me deu ao dar o último tchau. Foi sua última frase pra mim. E ela não se encaixava no contexto. Ela simplesmente falou. Me pareceu aqueles conselhos de bruxa que se vê nos filmes da sessão da tarde. Mas esse eu não conto...não por enquanto.
Valeu senhora.

3 comentários:

  1. Oi, Menina Sica;

    Sua história lembrou-me outra.
    E alguém também ouviu o que precisava na hora certa. Nunca mais reencontrou a pessoa que a ajudou, mas o que lhe foi dito, valeu para a Vida inteira.
    Ah, mas também não vou contar detalhes...
    Siga o seu Coração!

    Beijos mil!!!

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  2. Muito bem bolado o nome de seu blog... Gostei daqui!

    Um beijo

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  3. Muito bom...parece história de livro mesmo...

    mas que fiquei com curiosidade sobre a "dica da velha" fiquei... =P

    beijo

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