sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CORA CORALINA...CORAÇÃO DE MENINA.



Não tem como não comparar. Cora Coralina me lembra muito minha avó, minha infância. O jeito carinhoso das avós, os doces, as lembranças....Em cada poesia dela, sinto o cheiro da terra, o cheiro dos doces que ela fazia. Saudade.


Ela, morreu em 1985 deixando um legado de poesias e exemplo de grandeza em sua simplicidade. Seu nome, na verdade, era Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, Cora Coralina foi seu pseudônimo. Escreveu na juventude em jornais de Goias, sua terra e, fugindo com o marido para São Paulo chegou a ser convidada a participar da semana de Arte Moderna, mas seu este não deixou. Teve, de fato, um casamento difícil, e com a morte do marido descobriu-se ainda mais como mulher, como poetisa.







_..._ NÃO SEI _..._


Não sei...

se a vida é curta...

Não sei...

Não sei...

se a vida é curta

ou longa demais para nós.

Mas sei que nada do que vivemos

tem sentido,

se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:

colo que acolhe,

braço que envolve,

palavra que conforta,

silêncio que respeita,

alegria que contagia,

lágrima que corre,

olhar que sacia,

amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo:

é o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela não seja nem curta,

nem longa demais, mas que seja intensa,

verdadeira e pura...

enquanto durar.





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